Arquivo mensal: abril 2010

Clip da Semana – Banda Confronto, Santuário das Almas

Video Oficial da musica Santuario das Almas, faixa do cd Sanctuarium, terceiro album da banda Metal/Hardcore Confronto lançado em 2008 via Seven Eight life Recordings

Letra:

Santuário das Almas

Confronto

Santuário das Almas.

Somos corpos sem alma. Guerreiros sem pátria!

Espíritos das senzalas. Nutridos de Rancor e mágoa!

Ardem às feridas, dobram-se os joelhos, vem à morte… Enfim a paz.

Assim tombaram os meus iguais.

Eleva-se o inimigo (demônio), ergue-se o império.

Deploram em meus ouvidos, murmuram os espíritos.

Ainda sentem as correntes, facões, chicotadas… Grilhões.

Necrópole dos sonhos. Favelas. Quilombos.

Reencarnação da dor, morada da miséria!

Labirinto das desgraças!

Periferia… santuário das almas!!

Guardiões dos grandes montes…

Somos a reencarnação da dor

E o ódio é a luz que nos guia pelas sombras do esquecimento.

Rastejamos entre o descaso estatal e as correntes do capital.

Queremos ser e viver livres!

Pés fincados na terra, Amor pela favela.

Reduto das nossas esperanças… Lar das nossas fraquezas…

Santuário das Almas.
 
 
O legal desse clip é que ele é de uma banda nacional, cantado em português e que ainda evoca elementos de sua localidade, a banda toca com uma favela ao fundo.
Usar elementos em comum pode ser um caminho facilitador, quando falamos de “assimilação” pelo grande público.
Quanto mais elementos locais, particulares são explorados mais forte se cria uma identidade.
 
Natália R. Ribeiro

Estratégias para o underground

“(…) Esse repertório hipercodificado bem como a contraposição à música pop retira a maioria das bandas de Heavy Metal do foco das estratégias de ampla distribuição midiática, por outro lado, inserem-nas estratégias de distribuição alternativas para o público segmentado”

Cardoso Filho, Jorge
Poética da música underground: vestígios do heavy metal em Salvador

Mais uma vez usarei uma passagem do livro do Jorge Cardoso Filho para iniciarmos a nossa discussão.
O que seria esse “repertório hipercodificado” que tira as bandas do foco das estratégias midiáticas?
O heavy metal não é um estilo de fácil assimilação por boa parte das pessoas que não foram apresentadas a ele previamente. O heavy metal não desfruta do espaço que a música popular tem na mídia, e a música popular é de fácil assimilação, tecnicamente falando ela tem uma estrutura simples, estrofe, refrão, estrofe, refrão e fala de temas comuns. Ele funciona a partir de uma série de códigos. Os códigos podem ser a língua na qual é cantada (majoritariamente o inglês), os temas e a abordagem desses temas, a localização da banda dentro de um determinado estilo.
A música pop procura atingir um número máximo de pessoas, e usa estratégias de sedução de público, todos são bem vindos, você não precisa ter nenhum conhecimento prévio, nenhuma posição política definida, nenhuma ideologia, para ouvir e gostar, assimilar, música pop, já o heavy metal joga muito com isso.
Pensem no que seria a exibição de um clip do Behemoth, no programa do Luciano Huck. Se o programa não fosse retaliado, no mínino ninguém entenderia p***a nenhuma daquilo e passaria por despercebido.
O mínimo para entendermos o Behemoth, e saber que é uma banda de heavy metal,mais exatamente de Black metal e sermos livres de certos impedimentos morais e religiosos, e para chegarmos a esse nível é preciso saber o que é o Black Metal, o que não é nada simples de se explicar, isso porque nem entramos na questão da moral, enfim. Behemoth no Luciani Huck não dá.
O que temos que pensar é como apresentar o nosso produto, o que é produzido no underground. O Behemoth foi só um exemplo, eu sei que não é underground, mas se eles não tem espaço imagina uma banda do underground. O que temos que fazer é pensarmos em novas estratégias, e a internet tem sido terreno fértil para isso.

Natália R. Ribeiro

Clip da Semana – Banda Deicide

Como foi dito no segundo comentário feito na última postagem ” Fugindo do Underground?”, o Deicide é uma banda mundialmente conhecida, mas que faz a maioria de suas apresentações em estruturas praticamente underground, esse post mostrou claramente que existe sim uma grande separação entre o underground e mainstream, mas também que é possivel caminhar por entre esse abismo.