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Opinião: Cobrança de Atitude

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É interessante que uma placa como esta (na verdade a imagem de uma placa como esta) venha a ser tão bem aceita como imperativa e tão avidamente compartilhada por um público que preza tanto pelo livre arbítrio. “Faça isso/ faça aquilo” não combina com as ideias de atitude ou de revolta presentes principalmente nos meios undergrounds ou “desalinhados” com o big system (o que preferir).

É uma política de cobrança que vem sendo amplamente difundida afim de que se consiga uma maior união da cena, e assim então uma mudança positiva no cenário atual. No entanto, essa cobrança de uma atitude não apenas deve encontrar fundamento naquele que a sustenta, como também naquilo que vem a ser sustentando.

Fosse justificável a aplicação de tal política, teria ainda que encontrar meios de sustentar seus argumentos, seja por aqueles que fazem uso da cobrança, seja por aqueles que são cobrados. “Que jogue a primeira pedra” aquele foi rigorosamente a todos os eventos de sua cidade, que em nenhum deles deixou de pagar pela entrada, aquele que compra os CDs das banquinhas só para ajudar, mesmo não gostando da vertente sonora da banda, aquele que lê com frequência e comenta as centenas de sites e blogs especializados, mesmo eles nunca tendo divulgado a sua banda.

Supondo que haja alguém capaz de nos fazer essa cobrança, seríamos nós OBRIGADOS a ir a um evento que simplesmente não estamos afim? Comprar um CD que nem gostamos em vez de tomar cerveja? Ler alguma coisa sobre uma banda que não temos o menor interesse? É disso que queremos fazer parte?

A mudança deve ocorrer nas atitudes sim, fazer isso que está sendo proposto faz a diferença sim, mas não se for feito de forma obrigatória, isso tende mais a afastar as pessoas que uni-las. A mudança deve ocorrer na mente, na mentalidade de cada um de nós sobre a cena que vivemos ou que pretendemos viver.

Para um bem coletivo é preciso pensar e agir coletivo.